Agora

Escolha do vice pode decidir eleição da Mesa Executiva na Câmara

17/10/2024

O vereador reeleito Pedro Moraes não só foi o campeão de votos em Guarapuava (3.636), como também configurou-se como o maior apoiador do perdedor Celso Góes, que, após 4 anos de mandato praticamente sem oposição, conseguiu chegar no final das eleições amargando o terceiro lugar.

​​​​​​CAMINHOS

Até o início da campanha, Pedro Moraes tinha opções a seguir, entre ser o vice do candidato a prefeito Dr. Antenor (PT) ou ele mesmo o principal candidato da oposição com chances de chegar ao Paço Municipal. Era um momento que Antenor titubeava em ser candidato, o "projeto Baitala" não existia e Celso Góes já não demonstrava sinais de vitalidade para a competição. 

TENTÁCULOS

Pedro Moraes preferiu ir para a reeleição, de olho, novamente, na presidência da Câmara. Escudou-se em dois fatores de peso: ser o mais votado – o que, em tese, confere ao agraciado um valor simbólico de liderança sobre os demais – e o apoio de setores influentes na política e no empresariado, que nutrem especial apreço ao Poder Legislativo. 

GRUPO DOS 12

Encerrado o pleito, Moraes atingiu todas as metas desejadas e articula, com todas as forças possíveis, sua recondução ao comando da Câmara. Nas primeiras investidas, tornou pública uma reunião na casa do vereador Paulo Lima (PP), de onde conseguiria 12 votos, incluindo o dele, para obter maioria nas eleições que ocorrem em 1⁰ de janeiro, dia da posse de todos os vereadores eleitos. Nesta conta, não estão as petistas Cris Wainer e Terezinha Dai Prai, que foram decisivas para sua primeira eleição a presidente, dois anos atrás.  Ambas podem se somar "naturalmente", sem acordos de cargos na Mesa Executiva ou funcionais, por exemplo. A não ser que votem com o candidato apoiado por Baitala, que pode ser o próprio Pedro Moraes, conforme evoluírem as tratativas nas próximas semanas.

ESCOLHA DO VICE

A questão, agora, é saber quem será o candidato a vice e os demais membros da Executiva na chapa de Pedro Moraes. Essa composição deve influenciar o jogo do poder no Legislativo e dela deverá se valer o principal oponente de Pedro Moraes,  Márcio Carneiro.

ESPAÇO ABERTO

O atual vice-presidente, Vardinho dos Santos (Cidadania), declinou do cargo para facilitar uma nova composição.  O desafio será administrar eventuais descontentes, que poderão ser atraídos por propostas de cargos na chapa de Márcio Carneiro. 

CANDIDATO DE BAITALA

Nessas negociações, também há prevalência do futuro prefeito Denilson Baitala. O ex-prefeito Vitor Hugo Burko faz a parte política da futura gestão e tem experiência, sabe a importância de Baitala contar com a maioria no Legislativo para ter governabilidade no mandato. Em resumo, a maioria precisa ou ser eleita com influência de Baitala ou a nova Mesa Executiva necessitará, da mesma forma, ser alinhada ao Executivo.

CHEQUE EM BRANCO

Pedro Moraes e os vereadores sob sua tutela tomaram medidas preventivas para manter o Executivo em rédeas curtas. A primeira medida foi retirar do prefeito chamado "cheque em branco", que é o poder de remanejar até 20% do orçamento. Agora, cada mudança só passa ser for com autorização da Câmara. Em cada autorização, uma negociação. A outra é o próximo orçamento, que é decidido agora para o exercício vindouro. 

FACA NO PESCOÇO 

Se a maioria dos vereadores decidir, Baitala assume a gestão "engessado" e sob a mira da lupa do Legislativo. Por isso, as articulações que movimentam os bastidores das eleições para a presidência da Casa são de alta relevância no processo transitório e todos os vereadores representam uma peça estratégica na engrenagem. Sem contar que a disputa envolvendo as eleições estaduais, para deputados, em 2026, é mais um componente dessa intrincada mecânica política.

HÁ CONTROVÉRSIAS

A política sendo um campo onde florescem personalidades de compromissos vazios?

    Últimas Notícias